Como sabe, o nosso querido metro de Paris é diferente do de outras megacidades, como Nova Iorque, Londres ou Berlim. Não funciona sem parar, mas pára depois da uma da manhã, para grande incómodo de alguns utilizadores. Sim, não são só os noctívagos e os festeiros que gostariam que o metro funcionasse dia e noite. Algumas profissões, como o pessoal hospitalar, os estafetas, os cozinheiros e os empregados de limpeza, têm horários de trabalho escalonados que nem sempre lhes permitem utilizar o metro durante o serviço… Uma ideia que está de novo a ser debatida!
O metro aberto toda a noite em Paris? O debate está de volta
O socialista Emmanuel Grégoire relançou recentemente o debate: o metro deve funcionar durante toda a noite? A questão não é estúpida, uma vez que outras grandes cidades da Europa e do resto do mundo já a adoptaram há muito tempo. O candidato a presidente da Câmara de Paris está convencido da utilidade pública desta abordagem. Para ele, “reduziria o número de deslocações isoladas a pé e limitaria a utilização de táxis ou VTC dispendiosos”. Pensamos, nomeadamente, nos estudantes, cujos orçamentos são muitas vezes limitados , ou nas pessoas que vivem nos subúrbios e nas mulheres que preferem adotar um meio de transporte fiável como o VTC em vez de se arriscarem a regressar a pé a uma determinada hora da noite…

Sabemos que a cidade de Paris pode, ocasionalmente, pôr em serviço algumas das suas linhas para além da uma da manhã. Já o faz para os grandes eventos, como as Nuits Blanches, a Fête de la musique e a passagem de ano. Segundo Le Parisien, no ano passado, por ocasião do 21 de junho, seis linhas de metro, seis comboios suburbanos e cinco RER estiveram em serviço durante toda a noite, a fim de facilitar as deslocações nocturnas.
Uma questão espinhosa, com um custo estimado em 500 milhões de euros…

Em 2019, Valérie Pécresse já tinha levantado esta questão, explicando que seria impossível operar o sistema de metro de Paris durante toda a noite. Centenas de obras são realizadas nessa altura. Além disso, uma medida deste género seria extremamente dispendiosa: cerca de 500 milhões de euros. Além disso, seria necessário proceder à manutenção dos 226 quilómetros de via, o que parece impossível neste momento.
Como vê, o debate está longe de estar encerrado… O que é que acha?