Sábado, 8 de março, é o Dia Internacional dos Direitos da Mulher. Para assinalar a ocasião, saímos para as ruas de Paris para prestar homenagem a algumas das mulheres que deixaram a sua marca na história. Fortes, empenhadas e feministas antes do seu tempo, todas elas deixaram a sua marca na capital – e muito mais. Siga-nos num passeio pelas pegadas destas figuras femininas que continuam a inspirar omundo de hoje.
Da Conciergerie ao Panthéon
Começamos o nosso passeio na Conciergerie, onde Maria Antonieta esteve presa durante 76 dias em 1793. O seu destino já estava traçado de antemão: oposta à Revolução, a rainha tentou convencer Luís XVI a fugir para o estrangeiro, traindo o seu país. Foi executada na Praça da Revolução, onde passaremos de seguida…
📍 La Conciergerie – 2 boulevard du Palais, 75001 Paris
Dirigimo-nos à Sorbonne, onde Marie Curie se tornou a primeira mulher professora em 1906. Vencedora do Prémio Nobel da Física com Pierre Curie e Henri Becquerel pela descoberta da radioatividade, revolucionou a ciência. Em 1911, ganhou sozinha o Prémio Nobel da Química ao isolar um grama de rádio. Assim, abriu caminho à investigação nuclear e à radiologia médica.
📍 Sorbonne – 1 rue Victor Cousin, 75005 Paris
É obrigatória uma visita ao Panteão, onde Marie Curie se tornou a primeira mulher a ser admitida por mérito próprio. Mas ela não é a única figura feminina a ser consagrada no Panteão. Germaine Tillion, combatente da Resistência, etnóloga e ativista dos direitos humanos, Geneviève de Gaulle-Anthonioz, combatente e ativista da Resistência, Simone Veil e Joséphine Baker, mulher negra e artista.
📍 Le Panthéon – Place du Panthéon, 75005 Paris
Do Café de Flore à Praça da Concórdia
Continuamos o nosso passeio em direção ao Café de Flore, o antigo quartel-general de Simone de Beauvoir. Com ela e Jean-Paul Sartre, tornou-se um local de inspiração onde os artistas gostavam de se encontrar. Filósofa e romancista, Simone de Beauvoir é também uma figura importante do feminismo. Pensadora de vanguarda, agitou as coisas com o seu ensaio Le Deuxième Sexe (O Segundo Sexo), do qual é retirada a célebre frase: “Não se nasce mulher, torna-se mulher”.
📍 Café de Flore – 172 boulevard Saint-Germain, 75006 Paris
Passemos àAssembleia Nacional, onde Simone Veil mudou a história de França. Em 26 de novembro de 1974, Simone Veil, então Ministra da Saúde, defendeu a interrupção voluntária da gravidez (aborto) perante uma assembleia quase exclusivamente masculina. A lei que autoriza o aborto foi promulgada em 17 de janeiro de 1975, há apenas 50 anos! Simone Veil foi também a primeira mulher a presidir ao Parlamento Europeu, em 1979.
📍 Assembleia Nacional – 33 quai d’Orsay, 75007 Paris
Chegamos agora à Place de la Concorde, antiga Place de la Révolution, onde Maria Antonieta foi decapitada em 3 de novembro de 1793. Logo a seguir a ela, foi executada outra figura feminina: Olympe de Gouges. Foi uma das primeiras feministas francesas e redigiu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, um dos grandes textos fundadores do feminismo moderno.
📍 Place de la Concorde – 75008 Paris
Da boutique Chanel à Place Colette
É impossível falar das mulheres que deixaram a sua marca em Paris sem falar de Coco Chanel! Criadora e costureira visionária, libertou o corpo da mulher, propondo-lhe silhuetas mais confortáveis. Os seus looks modernos, libertados dos grilhões do passado e com toques masculinos, criaram um estilo que se tornou intemporal. Não perca a boutique Chanel na rue Cambon, um símbolo da sua influência.
📍 BoutiqueChanel – 31 rue Cambon, 75001 Paris
Finalmente, terminamos o nosso passeio à volta do Palais Royal com a Place Colette, no coração do 1ᵉʳ arrondissement. Autora icónica, Colette revolucionou a literatura com o seu estilo único e temas inovadores no século XX. Esta mulher profundamente livre defendeu a identidade sexual, o aborto e a violência contra as mulheres.
📍 Place Colette – rue Saint-Honoré, 75001 Paris